domingo, 12 de fevereiro de 2012

Em busca da Cura .. Novo tratamento para a diabetes tipo 1 'reinicia' o pâncreas.


O Financial Express noticiou na terça-feira que os cientistas estão mais perto de desenvolver um tratamento para a diabetes tipo 1 depois de descobrir uma forma de "reiniciar" o pâncreas, avança o site FirstWord.
Os investigadores usaram células-tronco encontradas no cordão umbilical para "reeducar" células-T imunes em pessoas com diabetes, que podem neutralizar as células mutantes ou danificadas.
Este reiniciar do pâncreas reduz a necessidade de insulina em até 38% em apenas 12 semanas, de acordo com as descobertas publicadas na revista científica BMC Medicine.

http://www.portaldiabetes.com.br/conteudocompleto.asp?idconteudo=10002481

Artigo muito interessante ! Diabetes: Infinito enquanto dure



André G. Daher Vianna é endocrinologista do Centro de Diabetes Curitiba e membro da Comissão de Valorização de Novas Lideranças da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
Hoje (12/1) teve início de fato o programa científico do World Diabetes Congress. Tive o prazer de assistir palestra da expert D. Christie, do Reino Unido, sobre como melhorar a aderência dos pacientes ao tratamento no diabetes. Durante e após a sua explanação, fiquei imaginando formas para ajudar os meus pacientes diabéticos que muitas vezes não parecem interessados nos seus próprios cuidados. Serão os meus pacientes culpados? Ou a forma como nós médicos estamos impondo o tratamento é que precisa ser revista?
O cuidado com o diabetes, se bem feito, consome grande parte do tempo e da energia de uma pessoa. Dos diabéticos, os médicos e nutricionistas exigem que se alimentem de 3 a 6 vezes por dia, comam 3 a 5 porções de frutas e vegetais, diminuam o estresse, cuidem dos dentes, chequem a sua glicemia de 2 a 7 vezes ao dia, apliquem injeções de insulina ou tomem os seus medicamentos por via oral, pratiquem exercícios diariamente, durmam 8 horas por dia, deixem de fumar e beber, evitem os doces e carboidratos nocivos. E ainda tem que sobrar tempo para se divertir, para o trabalho, para o cônjuge, filhos, netos, amigos...
A carga física e emocional que os profissionais impõem ao diabético é muitas vezes exagerada e acaba sobrecarregando os pacientes. Por isso, como mostrou a Dra. Christie, estamos cada vez mais observando nos pacientes o Diabetes Burnout. Nada mais é do que um apagão, como se a pessoa tivesse uma amnésia consciente de que deve cuidar da sua doença. Os cuidados são deixados de lado involuntariamente, como se o cérebro quisesse controlar apenas a "parte boa" da vida, mesmo que o preço futuro a ser pago pela saúde seja muito alto.
E não se confunda burnout com depressão, pois são situações distintas!
Vejo cada vez mais pessoas com a sensação de que "o diabetes controla a minha vida" e que, para ter de volta as rédeas da sua existência, deixam de lembrar que têm a doença.
E nós médicos? A Dra. Christie fez uma rápida enquete com os presentes. Ficariam em pé somente aqueles que, simultaneamente, tinham peso corporal normal, não pulavam refeições durante o dia, comiam 5 porções de frutas ou vegetais, exercitavam-se diariamente. Menos de 10% da platéia permaneceu em pé. E tratava-se de uma platéia que recomenda diariamente tais ações para os seus pacientes!
Estamos sendo hipócritas ao recomendar um cuidado que dificilmente pode ser colocado em prática em sua totalidade e ainda deixa os nossos pacientes ainda mais estressados?
Todo o diabético deve ter a sua realidade individual conhecida e compreendida por seu médico. O médico deve conhecer a rotina do paciente, seus valores, suas expectativas, seus objetivos e sua percepção da doença. A partir de então, deve sugerir modificações de estilo de vida que sejam compatíveis com a realidade de determinado indivíduo, respeitando suas vontades e engajando o paciente nas mudanças consideradas possíveis. E sem cobranças ou julgamento!
Se determinada mudança, mesmo após explicada, não é considerada importante ou prioritária para aquela pessoa, não deve ser cobrada pelo profissional a ponto de gerar mais uma carga desnecessária na sua vida.
E assim, a relação entre o médico e o diabético poderá ser de maior confiança e engajamento. E que as mudanças conseguidas sejam infinitas enquanto durem. Como é o diabetes!
Fonte : SBD - www.diabetes.org.br

Como aparece o diabetes tipo 1?


Como aparece o diabetes tipo 1?
O tipo 1, que era conhecido como diabetes juvenil, é uma doença auto-imune na qual o organismo ataca suas próprias células (as células beta do pâncreas), destruindo a sua capacidade de produzir insulina.
Como está sendo observado o crescimento da doença no mundo?
O primeiro sinal de que o diabetes tipo 1 está aumentando foi observado em 2006 pelo projeto da Organização Mundial de Saúde conhecido como DIAMOND. Este projeto revisou dados de 112 pesquisas sobre diabetes em 57 países e mostrou que o diabetes tipo 1 aumentou, em média, 5,3% ao ano na América do Norte, 4% na Ásia e 3,2% na Europa.
Um segundo trabalho, o EURODIAB, comparou a incidência de diabetes em 17 países e observou não só que o diabetes tipo 1 estava aumentando (cerca de 3,9% ao ano, em média) mas também que este crescimento era mais acentuado em crianças abaixo dos cinco anos de idade.
O que pode explicar o crescimento do diabetes tipo 1?
Mudanças genéticas em um curto período de tempo não explicam este aumento. Os fatores ambientais provavelmente poderão explicar este crescimento, de acordo com Giuseppina Imperatore, coordenadora de uma equipe de epidemiologistas na Division of Diabetes Translation do Centers for Disease Control and Prevention.
Os pesquisadores procuram por influências que ocorram globalmente e consideram a possibilidade de certos fatores terem mais importância em algumas regiões do que em outras.
A lista de possibilidades é grande:
Cientistas sugeriram que o glúten, proteína presente no trigo, possa desempenhar um papel neste crescimento, já que os pacientes parecem estar em maior risco para desenvolver a doença celíaca. Além disso, o consumo de glúten proveniente de alimentos altamente processados tem crescido ao longo das décadas.
Os pesquisadores também avaliam quando os bebês começam a ser alimentados por raízes, pois os tubérculos armazenados podem ser contaminados por fungos microscópicos que parecem promover o desenvolvimento de diabetes em ratos.
Atualmente, o alvo de estudos são as infecções causadas por bactérias, vírus 10 ou parasitas. A "hipótese higiênica" propõe que a exposição precoce a infecções ou organismos do solo ensina o sistema imunológico em desenvolvimento a se manter em equilíbrio e o impede de reagir de forma descontrolada num momento posterior da vida, quando encontra alérgenos. Desta forma, viver em condições higiênicas, privando crianças de exposições precoces, pode alimentar uma epidemia de alergias futuras.
A versão da "hipótese higiênica" para o diabetes tipo 1 propõe que quando o sistema imunológico aprende a não reagir exageradamente a alérgenos, também aprende a tolerar compostos estranhos a partir do próprio corpo e, portanto, impede o ataque auto-imune que destrói a capacidade de produzir insulina, ou seja, impede o ataque às células beta do pâncreas.
Algumas evidências circunstanciais suportam esta hipótese. Crianças com mais irmãos podem trazer infecções para casa, provindas de creche ou escola; estas crianças são menos propensas a serem hospitalizados por diabetes tipo 1. A doença também é menos comum em crianças que frequentam creches e, de acordo com pesquisas, mais comum em camundongos criados em ambientes estéreis.
Christopher Cardwell, professor de estatística médica da Universidade de Queen, em Belfast, realizou uma meta-análise de associações entre o diabetes tipo 1 e ordem de nascimento, idade materna no parto e nascimento por cesariana, os quais afetam os organismos a que as crianças são expostas. "Todos estes fatores pareciam estar associados", diz ele, "mas todos eles foram associações bastante fracas. Nenhuma delas foi de uma magnitude que poderia explicar a incidência crescente ao longo do tempo.
O que dizem as pesquisas mais recentes?
Recentemente, as pesquisas para explicar o aumento do diabetes tipo 1 tomaram um rumo inesperado. Alguns pesquisadores estão reconsiderando o papel de antigos adversários: o sobrepeso 11 e a obesidade 12.
Essa suspeita pode parecer contraditória, dado que estar acima do peso colabora para a produção de grandes quantidades de insulina (como no tipo 2), e não pouca insulina. Mas alguns pesquisadores afirmam que o estresse de produzir tanta insulina pode esgotar as células beta do pâncreas e colaborar para que uma criança cujas células beta já estão sob estresse desenvolva o diabetes tipo 1. Essa idéia, chamada de "hipótese aceleradora ou de sobrecarga", propõe que "se uma criança é gordinha, a adiposidade extra irá desafiar as células beta do pâncreas", diz Rebecca Lipton, professora emérita da Universidade de Chicago. "Em uma criança que já iniciou o processo auto-imune, as células beta vão apenas falhar mais rapidamente, porque elas estão sendo forçadas a colocar para fora mais insulina do que uma criança magra coloca", afirma.
Qual é o objetivo de conhecer melhor o crescimento desta doença?
Os cientistas querem fazer mais do que apenas explicar o aumento do diabetes tipo 1, eles querem evitar este crescimento. Infelizmente, se o excesso de peso é um dos principais contribuintes para o problema, essa tarefa não será fácil. Ninguém, até agora, tem sido capaz de diminuir a epidemia de obesidade 12 global. Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins estimam que em 2048, todos os adultos americanos terão excesso de peso. Pelo menos se as tendências atuais se mantiverem.
Por isso é tão importante criar crianças (para não mencionar os adultos) fisicamente ativas, que se alimentem de maneira saudável e mantenham o peso corporal dentro de parâmetros considerados normais para a idade.
ABC.MED.BR, 2012. Os casos de diabetes tipo 1 estão aumentando globalmente. Será que a obesidade também explica este crescimento?
Disponível em: http://www.abc.med.br/p/258630/os+casos+de+diabetes+tipo+1+estao+a.htm
http://www.portaldiabetes.com.br/conteudocompleto.asp?idconteudo=10002536

Em busca da Cura .. Transplante de Ilhotas - Nova técnica consegue evitar a rejeição às células transplantadas e elimina a obrigação do paciente ...


BRAZILIAN PRESS | Uma nova técnica para evitar a rejeição e aumentar a segurança nos transplantes de ilhotas de Langerhans — grupo de células do pâncreas responsável pela produção de insulina — está sendo estudada por pesquisadores do Núcleo de Terapia Celular Molecular da Universidade de São Paulo (USP).
O objetivo do transplante é fazer com que os portadores de diabetes tipo 1 não precisem mais tomar injeções de insulina diariamente. Com a nova técnica, os médicos conseguem também evitar a rejeição às células transplantadas e eliminar a obrigação do paciente ter que tomar remédios imunossupressores (para reduzir a atividade ou a eficiência do sistema imunológico).
Segundo a coordenadora núcleo da USP, a bióloga Mari Sogayar, a administração dos remédios para evitar a rejeição é complicada porque, além de serem medicamentos caros, provocam efeitos colaterais indesejáveis. No Brasil foram feitos transplantes desse tipo em cinco pacientes entre 2002 e 2006.
— Alguns deles são causadores de diabetes, outros derrubam a imunidade. Por isso, esse projeto só é usado em casos extremos, quando o paciente diabético tipo 1 não consegue controlar a glicemia só com insulina. Aí tem que fazer alguma coisa, porque esse paciente pode morrer — explica.
A intenção da nova técnica é “enganar” o organismo ao encapsular as ilhotas de Langerhans e torná-las invisíveis ao sistema imunológico, que assim não consegue atacá-las. O método é rápido e nada invasivo, já que consiste em introduzir uma cápsula com as células por meio de uma agulha e um cateter na região próxima ao fígado.
— A cápsula é feita de um material extraído de algas, com uma estrutura que permite que o oxigênio entre nas células e que a insulina ultrapasse a barreira. O tecido impede ainda que o sistema imunológico destrua as ilhotas — afirma.
Testes
Por enquanto, a técnica foi testada apenas em camundongos tornados diabéticos, que, de acordo com a bióloga, reverteram a doença depois de receberem as cápsulas. Os animais permaneceram normais por um período longo, de 200 dias — mais da metade da vida. Segundo Mari, após 200 dias as cápsulas foram removidas e o animal voltou a ficar diabético.
A bióloga explica ainda que o desejo da equipe agora é partir para uma fase de testes em animais maiores, como porcos ou cães e depois, tendo sucesso, pleitear a autorização junto ao Comitê de Ética para passar para outra etapa: testes clínicos para avaliar a segurança e a eficácia do processo em seres humanos.
— Mas, para isso, vamos precisar de recursos e de apoio de agentes financiadores para que tenhamos material e pessoal capacitado para dar andamento ao projeto — finaliza, acrescentando que a expectativa é conseguir finalizar o projeto em dois anos.

Interessante! Diabetes ainda não é tratada em países em desenvolvimento


Quatro em cada cinco pessoas com diabetes vivem em países em desenvolvimento. Segundo pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Drexel, nos Estados Unidos, as taxas de diabetes ainda apresentam variações amplas entre esses países.

De acordo com o Dr. Longijan Liu, coordenador da pesquisa, um em cada dez casos descobertos do diabetes não recebem tratamento. “O diabetes é hoje uma das doenças não transmissíveis mais comuns no mundo”, diz. “Ela é a quarta ou quinta causa principal de morte na maioria dos países de alta renda, mas ainda não há provas substanciais de que a doença seja uma epidemia nos países de media e baixa renda”, completa. O cientista sugere que o número de pessoas com diabetes deverá aumentar substancialmente nas próximas décadas.
Dr. Liu e sua equipe avaliaram dados de mais de 215 mil pacientes de 49 países. A prevalência de diabetes variou muito, sendo que, por exemplo, em Mali, na África, encontrou-se uma taxa uma baixa, de 0,27%, enquanto nas 15,54% nas Maurícias, país da Oceania.

Os pesquisadores observaram que a idade é um fator comum no diabetes, o que explicaria as taxas baixas no Mali, onde a expectativa de vida é muito pequena, apresentando uma média de 53 anos.
Os resultados do estudo mostraram que o chamado "peso negativo" - estar abaixo do peso, sobrepeso ou obesidade - foi associado com aumento do risco de diabetes. Pessoas com a doença e que estavam abaixo do peso foram os mais propensas a ficar sem tratamento.
Dr. Liu e seus colegas observaram que é importante identificar e suprir a falta de tratamento, porque o diabetes é um fator de risco independente para problemas de saúde e complicações adicionais, incluindo doenças cardíacas e renais. “Tais complicações estão resultando em incapacidade crescente, expectativa de vida reduzida e enormes custos de saúde para toda sociedade", diz.

O cientista afirma que a pesquisa vai continuar, focando-se agora sobre a epidemiologia e prevenção do diabetes e das doenças cardiovasculares. “Os próximos passos incluem analisar fatores de risco para o diabetes e encontrar formas eficazes de controlá-los, incluindo comportamentos de saúde, pessoais, sociais e fatores ambientais”, finaliza.

Fonte: Drexel Now
http://www.portaldiabetes.com.br/conteudocompleto.asp?idconteudo=10002545